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Concurso da PRF: Redação e software livre são os novos desafios
Renato FreireDo CorreioWeb
Escrever é o verbo a ser conjugado, e principalmente praticado, pelos candidatos às vagas do concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Se não houve prova de redação na disputa anterior, realizada em 2003, é preciso ser bom de escrita para sobreviver à atual seleção e aumentar as chances de embarque para os estados do Mato Grosso e Pará, onde os aprovados vão trabalhar. A nota da redação corresponde a 20% da primeira fase.
“É a redação que vai bater o martelo. Os holofotes estão voltados pra ela”, afirma Jonas Rodrigo Gonçalves, professor de português do Obcursos, Objetivo Concursos e Instituto Processus. Segundo Neemias de Carvalho, coordenador de ensino da PRF, a redação vai poupar esforços dos professores do curso de formação profissional. “A gente praticamente tinha que ensinar o policial a escrever”, afirma.
O edital não especifica tema ou tipo de texto que será cobrado do candidato. “Ainda não decidimos se será uma dissertação, um resumo de texto, mas o tema foi definido: segurança pública”, adianta Carvalho. Segundo o coordenador, as informações sobre a redação serão publicadas no mesmo aviso do local das provas, no dia 28 de novembro.
De olho em uma vaga, Ester Correia ainda não deu a partida no português. A preparação, por enquanto, se restringe à leitura de jornais e revistas pela internet. “Pretendo começar o estudo da língua nesta semana. Esses 20 pontos nos obrigam a saber escrever. Vou aumentar a carga de leitura e praticar redações”, planeja. O professor Gonçalves alerta: é preciso estar com a língua afiada para se dar bem. “Além da gramática, serão avaliadas a estrutura do texto , estética, o conteúdo e a estilística, que é o domínio do padrão culto da língua. Os candidatos devem evitar o uso do gerúndio e a repetição de vocábulos”, explica.
Informática
A outra novidade no edital é o conteúdo da prova de conhecimentos de informática. Ao contrário do que ocorre em outros concursos, a PRF inova ao cobrar noções de regulação de software livre, que é o tipo de sistema utilizado pela corporação e outros órgãos do governo federal. “Não há uma linha sobre Windows no edital”, explica Augusto Moura, professor de informática do Objetivo Concursos e do Curso Aprovação. “E como há pouquíssimas questões de outros concursos sobre isso, a saída será baixar na internet os programas exigidos, que são gratuitos, instalá-los no computador e aprender a mexer”, diz.
O exame de capacidade física também sofreu alterações. Os exercícios abdominais foram substituídos por um teste de 50 metros de nado livre e outro de saltos horizontais. Ciente das mudanças, Oneilson Medeiros, de 36 anos, prefere aguardar as provas escritas. “Os livros, por enquanto, são a minha prioridade”. Se eu conseguir me classificar, aí começo a praticar. Por enquanto, vou continuar somente com meu futebol nos finais de semana”, diz o assistente de operações. A avaliação física contém ainda exercícios em uma barra fixa e corrida de 12 minutos.